Estou seguindo o meu plano anual de leitura bíblica, e agora estou lendo o livro de Jeremias. Já passei da metade, e a cada capítulo, um pensamento me ocorria: “Que solidão!”. Jeremias era um profeta jovem, provavelmente da minha idade. Ainda não tinha se casado, não tinha muitos amigos e servia a Deus em um país que estava cheio de gente pagã.
Ainda por cima, ele foi escolhido para chamar o povo de Israel a se arrepender dos seus pecados e lançar sentenças contra o seu país de origem. Ele era odiado literalmente pela maioria das pessoas do país, se é que não era odiado por todas.
Jeremias se sentia triste e decepcionado por ver o povo escolhido por Deus se curvando diante de estátuas, e por precisar condenar e sentenciar este povo. Ele também sentia na pele castigos físicos, deboches e humilhações. Depois disso, quando as suas profecias se cumpriram, Jeremias precisou ver os cidadãos do seu país serem levados como escravos para a Babilônia.
Olhando pra tudo isso, eu acho até injusto chamarmos Jeremias de “profeta chorão”. Ele não era simplesmente um jovem mimado, reclamando à toa de uma vida fácil. A vida dele era realmente sofrida, cercada de desgosto e com muita dor. A história de Jeremias me mostrou onde Deus deveria estar na minha vida: em primeiro lugar.
Pode parecer óbvio, mas a vida de Jeremias me mostrou que Deus deve estar acima inclusive da minha vida, e minhas necessidades de pertencimento ou validação. Jeremias me mostrou que mesmo estando constantemente triste e frustrado, eu devo continuar sendo fiel a Deus. Afinal, como o apóstolo Paulo disse, “pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles.” (2 Coríntios 4:17)
Todo o sofrimento desta vida não pode ser comparado com o prazer que sentiremos depois dela. Jeremias sabia disso, o apóstolo Paulo sabia disso, os mártires sabiam disso, e por isso nenhum deles negou ao Senhor, mesmo diante de tristeza, ódio, tortura e até a morte.
No fim das contas, tudo se resume a confiar nas promessas de Deus. Ele nunca falhou em cumprir suas promessas nesta vida e nada vai impedi-lo de cumprir suas promessas na próxima.
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